O Império dos Mortos

Os reinos pareciam estar livres de grandes problemas; até a paz com os elfos fora conquistada pelo sexteto formado por Baldur, Od-lanor, Derek, Kyle, Kalannar e Agnor. A chamada Confraria do Inferno chegou a pensar que poderiam seguir suas vidas no pequeno baronato de Baldúria…

Mas quando um império autoritário capaz de erguer um exército de criaturas mortas decide declarar guerra ao Grande Reino de Krispínia, os seis anti-heróis sabem: todos estão em perigo. Cabe então, mais uma vez, ao improvável grupo de campeões travar uma luta contra vivos e mortos para salvar a própria pele e tudo que conquistaram até aqui — e o reino todo se possível, por que não?

As Lendas de Baldúria chegam a um desfecho épico colocando o pequeno baronato pesqueiro na linha de invasão de Korangar e suas forças sobrenaturais como único bastião de defesa, uma atitude que vai cobrar um preço que a Comitiva do Inferno jamais pensou que pagaria.


Trecho

Antes que o svaltar pudesse retrucar, Baldur o silenciou com um olhar severo. Com o baronato sob perigo real e imediato e um soldado fiel morto aos pés, a paciência dele para picuinhas e discussões mesquinhas estava mais do que esgotada.

— Vamos defender o que é nosso atacando esses filhos da puta primeiro — disse o barão. — Eu vou reunir as lideranças de nossas defesas, designar um novo comandante para os rapineiros e partir com tudo contra Korangar.

Ele colocou novamente a mão no ombro de Kyle e falou:

— Baldúria precisa de você. Eu não queria pedir algo assim depois do que aconteceu, mas você consegue conduzir o castelo voador para nós?

O rapaz se empertigou, olhou Enna nos olhos e depois encarou os amigos um por um, os Confrades do Inferno, com quem ele invadiu cavernas com vermes gigantes e svaltares, lutou contra uma horda de demônios, invadiu o Fortim do Pentáculo e enfrentou Amaraxas, o Primeiro Dragão. De repente, encarar uma simples esquadra de navios pareceu um passeio pela praia.

— Para a Enna, para o pequeno Derek e para todos nós — respondeu Kyle, recuperando o ar juvenil e inabalável de sempre. — Vamos mostrar para Korangar que aqui é Baldúria.

Dito isso, cada um foi para seu canto, a fim de resolver os preparativos de guerra. Baldur foi o último a sair; ele mesmo levantou o corpo do elfo aos pés e lançou um olhar para o mar, repetindo mentalmente a última frase do rapaz.

Eles mostrariam para Korangar que ali era Baldúria.